quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Tudo me interessa e nada me prende...

Eu sou assim , sensível, fútil. Capaz de impulsos violentos e absorventes, maus e bons, nobres e vis, mas nunca de um sentimento que subsista, nunca de uma emoção que continue, e entre para a substância da alma. Tudo em mim é uma tendência, para ser a seguir a outra coisa; uma impaciência da alma consigo mesmo, como uma criança inoportuna; um desassossego sempre crescente, e sempre igual. Tudo me interessa nada me prende.
Bernardo Soares (F. Pessoa)
In: Livro do Desassossego

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